Por Bel Suthoff

Cresce quem aprende a enxergar o outro não como ameaça, mas como parte indispensável do aprendizado humano

O Dia Internacional da Tolerância, celebrado em 16 de novembro, foi mais do que lembrar de um princípio ético. Foi revisitar o que nos define como sociedade e, sobretudo, como indivíduos em processo de amadurecimento.

Tolerar não é concordar com tudo – é compreender o outro sem abdicar de si mesmo. É o equilíbrio entre convicção e escuta, entre firmeza e empatia. Num mundo de opiniões instantâneas e julgamentos apressados, praticar a tolerância é quase um ato de resistência moral.

O desenvolvimento pessoal não se dá apenas por conquistas materiais ou conhecimento técnico, mas pela capacidade de lidar com a diferença. Cresce quem aprende a enxergar o outro não como ameaça, mas como parte indispensável do aprendizado humano. A convivência é o espelho onde testamos o tamanho da nossa maturidade emocional.

A intolerância, por sua vez, é o atalho dos inseguros. Nasce da dificuldade de dialogar, de reconhecer limites e de acolher perspectivas diversas. Ela empobrece o pensamento, reduz o mundo a uma só voz – a nossa.

Em tempos de polarização, a tolerância não deve ser confundida com passividade. Ela exige coragem para enfrentar o preconceito, paciência para compreender e sabedoria para discernir. É uma virtude ativa, um gesto de escolha consciente diante do ruído.

Ser tolerante é, portanto, um exercício diário de autodomínio, empatia e humildade – três pilares do verdadeiro desenvolvimento pessoal. Porque amadurecer é entender que não há crescimento possível onde não há diálogo, respeito e capacidade de conviver com o diferente.

No dia 16 de novembro, o convite foi simples e urgente: praticar a tolerância como quem cultiva um jardim. Com constância, cuidado e luz. É assim que floresce o humano em nós.

*Artigo publicado no impresso Jornal TRIBUNA da Cidade – Edi. 200 - novembro 2025